Hoje começarei a falar sobre algo que sou constantemente indagado e consultado, tanto nos cursos, como em conversas informais com amigos: A Harmonização entre vinho e comida.
Sempre digo que fazer uma harmonização correta e equilibrada é uma arte! Isto porque não há uma regra que podemos seguir para acertar em cheio. Há sim alguns conceitos importantes que precisamos levar em conta para que o resultado final seja bom. Mas mesmo assim, não há uma garantia de 100% de acerto em todos os casos. Como o assunto é extenso, vou dividir este tema em 3 posts, para não ficar muito cansativo e poder detalhar bem cada um deles. E esta semana falarei sobre o CORPO / DENSIDADE e INTENSIDADE DE AROMAS / SABORES.
Para começar o assunto, o princípio de tudo: Uma harmonização bem feita é aquela em que no final, nenhum dos elementos se sobressaiu muito, deixando o outro “apagado” ou perdido no paladar. É literalmente uma harmonia, um equilíbrio.
O CORPO / DENSIDADE, do vinho e da comida talvez seja o primeiro e mais importante fator a ser considerado. Todo mundo já ouviu falar em “Carnes com tintos” e “Peixes com brancos”, certo? Este é o básico, que muitas vezes dá certo, mas precisamos ter em mente que o que conta é o corpo do vinho e não a cor. Por exemplo, um Chardonnay encorpado, amadeirado pode ir melhor com uma carne do que um Pinot Noir jovem, que é um tinto leve. E um Pinot jovem ou Beaujolais (tintos leves) podem ir melhor com peixes e frutos do mar do que um branco encorpado (Chardonnay do novo mundo, por exemplo). Mas é essencial também se lembrar do molho ou dos acompanhamentos! Eles podem fazer toda diferença! E vocês vão descobrir isto com os outros posts.
INTENSIDADE DE AROMAS / SABOR é outro elemento que precisamos tomar cuidado. Devemos Evitar vinhos delicados/pouco aromáticos com comidas muito aromáticas. E vice-versa. Afinal, se a comida for muito mais aromática que o vinho, o vinho “some”. A recíproca também é verdadeira. E juntando o elemento anterior, falando de corpo/densidade e intensidade aromática e de sabor, podemos citar que há vinhos com bom corpo, mas pouco aromáticos. Assim como há vinhos leves e delicados, com muitos aromas. Então, não achem que estes 2 elementos sempre caminham juntos, em sinergia. O modo com que a comida foi feita e os temperos e ingredientes utilizados podem dizer muito sobre a intensidade aromática antes mesmo de experimentarmos. Como exemplo aqui, podemos citar um exemplo que ilustra bem: Comida tailandesa, que é extremamente aromática com vinhos brancos feitos com a uva Sauvignon Blanc, uva muito aromática.
Semana que vem continuaremos nosso papo sobre harmonização falando de ACIDEZ e SALGADO/DOCE.
Tenha uma ótima semana, com bons vinhos, sempre!
CHEERS!!
André Rossiandre@winet.net.br
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