segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Petrus, Romanée-Conti, Chateau d'Yquem - Cobiçads pelos Apreciadores de Vinhos e Alvo de Falsificadores.
De acordo com profissionais de vinho francês, um boa quantidade de vinhos raros e finos enfrentam a mesma ameaça de fraudes que produtos como bolsas de luxo e óculos de sol do designers famosos.
Tráfico de vinho falsificado "sempre existiu em pequena quantidade, mas está definitivamente ampliado o número de garrafas falsas com o aumento dos preços dos vinhos finos".
Mas, para o alívio de muitos, a falsicação continua em pequena escala.
"Nós não estamos lidando com a produção industrial em larga escala, ao contrário das marcas de luxo", disse Sylvain Boivert, diretor da associação que representa os vinhos de Bordeaux classificados antes de 1855, o Conseil des Grands Crus Classes en 1855.
Ponsot, proprietário da Domaine Ponsot, enfrentou problemas com falsificadores.
Numa venda em 2008 em Nova York, o Ponsot ficou chocado ao descobrir que "106 garrafas de 107" eram falsas. O catálogo lista "a venda de Clos Saint Denis 1945 e outras colheitas da mesma idade, sendo que nós nem sequer começamos a produzir vinhos com esta denominação especial até 1982", contou Ponsot, que teve de voar as presas para Nova York para impedir a venda.
Os métodos utilizados para enganar os compradores são limitadas apenas pela imaginação dos falsificadores: fotocópias de rótulos, nomes diferentes do chateaux na garrafa e no rótulo, para citar alguns.
Às vezes, a garrafa é autêntica, mas não contém o vinho ou a colheita indicada, ou apenas parcialmente, completando o nível do vinho com um outro vinho usando uma seringa.
Segundo Magrez, a falsificação aumentou "quando os russos começaram a consumir após a queda do Muro, por causa da demanda considerável."
Acrescente a isso o imenso mercado chinês. Embora o problema de falsificação de vinho continua a ser "muito esporádicas" no mercado francês, que "poderia levar a uma amplitude muito mais grave na Ásia, porque o mercado está se desenvolvendo a uma velocidade estonteante", disse de Lencquesaing.
China é "o principal falsificador", segundo Gaillard Renaud, vice-diretor do orgão francês de exportação e comércio, a Federation des Exportateurs de Vins et Spiritueux de France (FEVS).
Enquanto os principais alvos são champanhe e conhaque, segundo Gaillard, "pode-se encontrar Petrus e Margaux em algumas lojas pequenas" na China.
Além dos mercados de exportação e Internet, vinhos falsificados estão presentes também nos leilões.
"As casas de leilões não são sempre tão exigente como deveriam ser", observou David Ridgeway, sommelier-chefe do lendário restaurante parisiense La Tour d'Argent.
Por exemplo, "Romanée-Conti 1945, sabemos que foram produzidas somente 600 garrafas. Mas eu não sei dizer quantos milhares de garrafas que vimos serem vendidas", disse ele.
Ao contrário dos grupos de artigos de luxo, como LVMH, que têm o poder financeiro para lutar agressivamente contra produtos falsificados, a maioria dos viticultores não possuem a mesma força.
"Não há fundos. Cada ação gira em torno de 500.000 €" disse Ponsot. "Ao contrário de Louis Vuitton, mesmo que Ponsot vendesse todo o seu estoque, não teria dinheiro suficiente, pelo fato de seu produto ser interiamente de maneira artesanal.
Há também aqueles viticultores que preferem evitar qualquer publicidade sobre o vinho falsificado.
"Eles registram reclamação, mas sempre em silêncio", disse o especialista em vinho francês Claude Maratier. "Eles estão com muito medo de que toda a sua produção seja posta em dúvida."
fonte: Luxuo
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