quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A sedução no prato, no copo... e no ar.

por Josimar Melo
fotos: Tuca Reinés (La Casserole)

O que faz de uma refeição em um restaurante algo romântico? O que, em um jantar, promove a aproximação, incendeia a atração em um casal? Para donos de restaurantes tradicionalmente românticos de São Paulo, o primeiro impacto favorável ao romance é o do ambiente.

O Blú Bistrô, por exemplo, tem esta atmosfera romântica – há mesmo casais que se conheceram ali e ali se casaram, lembra o proprietário Gastón Damian. “Sempre há os que me perguntam: qual é ‘a’ mesa? E ela de fato existe: a mesa 18, que eu chamo de ‘mesa dos amores’, e fica em uma sala bem reservada, em um cantinho do restaurante, com um sofá”.

No La Casserole também existe “a” mesa – no caso, mais de uma: são as que ficam perto da janela, de frente para a clássica banca de flores do Largo do Arouche. “Há muitos casos em que o namorado ou marido pede, em segredo, que o garçom vá buscar um buquê na banca e entregue na mesa para a amada”, conta a proprietária Marie-France Henry.

Também para o chef e proprietário do Allez, Allez!, Luiz Emanuel, os casais procuram o restaurante por causa da atmosfera romântica, trazida pela decoração que remete à Belle Époque da França dos anos 20. Uma atmosfera tão inspiradora que “houve casal que já chegou às vias de fato ali mesmo, em um sofazinho no andar de baixo; e a salinha privé, com luz baixa, também é ótima para namorar”, diz o chef. Mas se o ambiente pode favorecer o romance, a comida em si não é uma carta fora do baralho: ela também pode contribuir.

No Blú, para começar o champanhe é campeão, seguido de drinques como o Manhattan e o Cosmopolitan. Os pratos mais pedidos pelos apaixonados são as moules et frites (mexilhões com batatas fritas), que se pode petiscar a dois, e peixes, como a truta com espaguete de pupunha. “Mas o grande segredo está na sobremesa, um clássico para estas ocasiões: a sopa de morango com suco de laranja e Cointreau, fl ambada e servida com sorvete de creme”, explica Gastón. “É doce e azeda ao mesmo tempo, quente e gelada... Provoca todo tipo de sensações.”

Para Luiz Emanuel, nas ocasiões românticas as pessoas estão mais dispostas a comer e beber o que há de mais gostoso, e por isso ele sugere menus exclusivos, leves e sem muitas etapas, para o tempo não se esgotar somente na mesa. Itens como uma vieira recheada com patê de trufas brancas, um tempurá de rã... E, para finalizar, uma mini degustação de pequenas sobremesas, assim o casal pode experimentar diferentes sabores. Outra opção que agrada às mulheres, o gâteau-mousse de chocolate, “é tiro e queda, já que o chocolate, assim como o café, tem efeito estimulante”, diz o chef.

“Nos bons momentos a dois, o lugar tem um papel muito importante e pode mudar a ocasião da água para o vinho”, insiste Marie-France. “Mas é claro que um bom espumante, vinho ou champanhe também ajuda.” Com relação à comida, Marie procura se informar sobre o gosto dos clientes antes de sugerir um prato especial para a situação. “Todos falam em ostras e comidas afrodisíacas, mas para mim, comida que tem cara de namoro é aquela de que a gente gosta, que está com vontade de comer.”

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